sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Sob Domínio - Capítulo 3 (+18)

3. Céu na Terra

-Bom dia, raio-de-sol!
A voz de minha mãe ecoou no meu antigo quarto, enquanto ela abria as cortinas, deixando o sol entrar.
-Mãe... me deixa dormir, pelo amor que você tem por mim. - olhei para cima meio sonolenta, antes de afundar minha cara no meu travesseiro
-Vamos, Kat! Temos muito o que fazer!
Minha mãe puxou meus cobertores para cima, até que foi interrompida por uma voz masculina.
-Kelly, pelo amor de Deus, deixe a menina dormir! Angeline já está lá embaixo te esperando.
-Eu sei como cuidar da minha filha, Rick. Obrigada. - ela puxou as cobertas mais uma vez antes de sair -Estamos te esperando... lembre que é véspera do seu aniversário.
Sentei na cama, irritada.
-Também é o aniversário de Angeline e do Oliver!
-E eles estão nos esperando! - minha mãe gritou do corredor
Chutei as cobertas, que finalmente caíram no chão, vesti uma legging e uma calça jeans por cima, uma blusa da Minnie Mouse e um casaco digno do Alasca. Meu celular tocou, anunciando uma mensagem.
Olá, Katherine
Apenas quero te mandar um beijo de bom dia, seu cheiro ainda está na minha cama, está difícil de dormir... quero te comer de novo!
Dominic
Peguei o celular, colocando-o em um dos bolsos com zíper, e desci correndo as escadas, enquanto prendia meus cabelos com um elástico.
-Satisfeita? - virei para minha mãe, fazendo uma careta.
-Muito.
Angeline me estendeu um batom rosa-claro. Peguei, o passei nos lábios e coloquei meus óculos escuros. Ela parecia fresca e perfeita, os cabelos loiros brilhantes e suas roupas de inverno estavam impecáveis.
Eu me sentia uma merda, mas Oliver parecia pior. Eu e Oliver tinhamos bebido rum com Rick durante a madrugada, uma preparação para o nosso aniversário.
-Você é muito forte, K! - meu padrasto deu uns tapinhas em meu ombro, orgulhoso. -Parece que Oliver ainda está trocando as pernas.
Rimos. Subi no carro, me ajeitando no banco de trás e peguei meu celular para responder a Dominic.
Oi, Dominic
Tenho sonhado com você, quase não tenho vontade de acordar. Não se preocupe, voltarei no dia 03 e você voltará a dormir ;)
Kat.
Apertei "enviar" e coloquei meu celular no bolso. Olhei para lado e Oliver parecia pálido, meio esverdiado.
-Se você for vomitar - sussurrei no ouvido de Oliver -Vomite em Angeline. Aquele casaco de tweed caro me irrita.
-Cala a boca, pirralha!
-Temos a mesma idade, fracote! - olhei pra ele -Lembre de vomitar para o lado de Angeline.
-Beleza!
Mas Oliver não vomitou. Não no carro pelo menos.

Sob Domínio - Capítulo 2 (+18)

2. Sonhos
Ouvi um toque na porta e Lex falava com alguém. Devia ser Ian vindo vê-la antes de viajarmos. Virei na cama e puxei o edredom até minhas orelhas.
Do nada, a porta do meu quarto abriu. Levantei a cabeça e fiquei surpresa com o que vi: Dominic Ambrose me olhava, atentamente e sorrindo, enquanto fechava a porta do meu quarto.
-Olá, Katherine. - Dominic disse, entrando no meu quarto,  se aproximando de mim e abrindo os botões do meu pijama -Não pude ficar sem você essa noite.
Olhei para ele, ansiosa, e sentei na cama. Seus olhos castanhos queimavam. Ele tirou meu pijama rosa e passava para o sutiã, me deixando apenas de calcinha.
Ele se afastou da cama, me admirando.
-Você é maravilhosa... perfeita... deliciosa. - Dominic agarrou meu cabelo e se inclinou para beijar meu pescoço.
Senti um arrepio de excitação correr pela minha espinha. De repente, senti uma das mãos dele percorrer a parte interna das minhas coxas. Com a outra, ele segurava meu rabo-de-cavalo e beijava meu pescoço, dando algumas mordidas. Não pude conter um gemido.
-Deliciosa... quer que eu entre em você?
Assenti. Não conseguia fazer minha voz sair da minha garganta. Dominic puxou meu cabelo novamente e sussurrou no meu ouvido.
-Você quer que eu te foda? - assenti e murmurrei um "sim" -Então peça! Eu estou mandando!
-Por favor...
-Por favor o quê?
Dominic se afastou de mim, tirando o terno, a camisa, a calça e a cueca. Olhei para ele, atônita. Ele era perfeito como um deus grego. Ele se aproximou de mim, dominador, me deitou de bruços na cama e, me acariciando em lugares que nunca sonhei que existiam, sussurrou em meu ouvido.
-Peça para eu te foder... estou sentindo você e sei que você quer tanto quanto eu, não quer? Então peça.
-Dominic... - seu nome saiu meio gemido da minha garganta
-Sim, Katherine.- ele me respondeu com toda a calma possível
-Me fode, por favor?
Ele deu um sorriso e me virou delicadamente sobre a cama. Ele se posicionou sobre mim, dando beijos no meu pescoço e boca e comecei a sentir uma pressão lá embaixo. Olhei para ele, ansiosa.
-Será um prazer, Katherine.
Dominic soltou uma parte do seu peso sobre mim e aquela pressão foi aumentando, dolorosa e prazerosa ao mesmo tempo.
-Dominic! - sussurrei, num gemido.

Acordei totalmente suada e morrendo de calor. Olhei para o teto do quarto, pensando nos sonhos que tive a noite inteira. Era Dominic me beijando do mesmo jeito de ontem. Ou Dominic tirando minha roupa, quase rasgando-a, e me jogando na cama. Ou nós dois no escritório dele... Minha imaginação fez hora extra durante a noite, sem dúvida alguma!
Me espriguicei e chutei o edredom verde para o lado, saindo da cama resmungando e me arrastando para o banheiro. Lavei o rosto, escovei os dentes e voltando para o quarto, vesti minha velha calça jeans e um sueter lilás. Saí do quarto, descalça e semi-descabelada, sentindo o cheiro das panquecas de Lex.
-Bom dia, Kat. - Lex colocava panquecas para um homem à mesa -Temos visitas...
Olhei para o homem sentado e quase morri do coração. Era Dominic.
-Olá, Katherine. - ele me deu um sorriso capaz de derreter titânio congelado -Espero não ter vindo muito cedo.
Dominic me olhou dos pés a cabeça, seus olhos brilhavam como nos meus sonhos.
-Não... - sussurrei, me sentindo subitamente tímida e constrangida pela minha aparência. -Eu... geralmente acordo nesse horário.
Ele deu outro daqueles sorrisos que seriam capazes de derreter titânio, se levantou e pegou um lindo buquê de rosas azuis. Sorri.
-Elas me lembravam você. Espero que goste.
-Eu adorei! Elas são lindas... - aproximei o nariz e senti o delicado perfume das rosas -Nunca vi rosas azuis.
-São raras e muito bonitas. - ele me olhou intensamente -Eu e sua amiga estavamos conversando um pouco.
Lex encheu um vaso com água e ajeitava as rosas, sorrindo para mim.
-Não acredite em nada do que ela te falou.
Dominic jogou a cabeça para trás e riu. Lex mostrou a língua pra mim e entrou em seu quarto, provavelmente para ir falar com Ian-o-consolo.
Dominic olhou para mim, sorrindo.
-Então, você não gosta de patinar? Eu ia te levar ao Rockfeller Center...
-Eu adoro patinar... - sussurrei, confusa.
-E depois a gente podia tomar um chá quente com uma torta de caramelo, o que acha? - ele mordeu um pedaço da panqueca de mirtilo que Lex fez.
Eu estava boquiaberta.
-Eu nunca fui à arena de gelo do Rockfeller Center... - respondi, timidamente, ainda me lembrando dos sonhos que tive com ele.
-Então, eu fico honrado de ser o primeiro, srta Katherine Harper.
Olhei para ele, num misto de surpresa e animação.
-Tenho que terminar de me vestir...
Ele me puxou delicamente pelo braço, beijando-me a bochecha e sussurrando.
-Preferia que você entrasse no quarto para tirar essa roupa. 
Sorri, sem jeito, enquanto calçava minhas botas, vestia meu casaco e pegava minha bolsa. Dominic abriu a porta para mim e saímos do apartamento. No elevador, ele segurou minha cintura com firmeza, fazendo meus batimentos cardíacos quase pararem. No quinto andar, uma senhora entrou no elevador com seu pug e Dominic se afastou um pouco de mim.
-Olá, menina.
-Bom dia, senhora Kendrick. - respondi, tímida -Como vai a senhora?
-Bem, minha querida, só o reumatismo não me deixa em paz. - riu -Você vai viajar para a casa da sua mãe, não?
Assenti. Estávamos perto do térreo.
-Então mande meus votos de Natal à sua mãe e ao seu pai também.
O elevador chegou ao térreo. Dominic olhava para nós duas, curioso, mas permanecia em silêncio.
-Eu irei. A senhora sabe disso.
-Então... Boa viagem e feliz aniversário, menina. - ela se afastou, com um breve sorriso e quase arrastando o pug. -Vamos, Leigh.
-Obrigada!
Dominic me guiou até o carro, onde um atento Crane nos esperava. Sorri para ele, cumprimentando-o e entrando no carro. Dominic sentou ao meu lado, apertando meu joelho carinhosamente.
-Quem é aquela senhora? Ela parecia ser muito íntima da sua família...
-A senhora Kendrick? - ele assentiu, curioso -Ah... ela é a dona do prédio. Conheço-a desde criança, ela costumava me mimar com histórias e chá com biscoitos.
-Então, você mora neste prédio há um bom tempo?
-Mais ou menos. - olhei para os olhos castanhos de Dominic e por um momento fiquei absolutamente perdida -Ela... ela vendeu o apartamento onde moro para os meus pais, um pouco antes do casamento deles.
-E quando vocês se mudaram para Portland?
Voltei meu olhar para a janela, fugindo do olhar perspicaz de Dominic.
-Não quero falar sobre isso.
-Tudo bem... Katherine.
Dominic puxou meu rosto na direção dele e me deu um beijo leve nos lábios. Naquele momento, senti meu corpo em chamas e, involutarimente, puxei o rosto de Dominic para mim. Ele correspondeu ao meu toque, aprofundando o beijo e cravando seus dedos nos meus cabelos, me puxando para ele.
Me lembrei de Crane, do nada, e me senti um tanto constrangida.
-Não estamos sozinhos... - sussurrei
-Eu sei - ele sussurrou, com o rosto ainda próximo do meu -Só não me importo.
Dei uma risada um tanto sufocada e senti meu rosto queimar completamente. Dominic começava a beijar meu pescoço, inspirando meu perfume como se eu fosse uma das rosas do buquê que ele me dera e deixando todo o meu corpo em um delicioso estado de alerta. Suspirei.
-Então... você disse que vai a Portland ver a sua família.
-É... - a voz dele parecia estar longe, rouca e curiosa
-Você vai com quem?
-Com Oliver e Angeline.
Dominic se afastou de mim, lentamente, e fitou meus olhos com atenção. Desviei meu olhar, me sentindo subitamente zonza com o jeito que ele me olhava.
-São seus amigos? São de confiança?
Voltei meu olhar para ele e não consegui evitar uma risada.
-Bem, Oliver é dez minutos mais velho que eu e Angeline é seis minutos mais velha. - dei um sorriso -Acho que temos confiança o suficiente um nos outros.
Dominic também sorriu.
-São seus irmãos. - assenti -Todos eles tem olhos incríveis como os seus?
-Não... eu sou a única. Puxei aos olhos violetas do meu pai, meus irmãos são loiros de olhos verde-azulado, como minha mãe.
Olhei para frente e vi uma enorme árvore de Natal. Era o Rockfeller Center. Paramos em um local próximo e andamos até a arena de patinação. Dominic segurou minha mão e a apertou suavemente; eu virei meu rosto para ele e dei um sorriso animado.
-Você realmente nunca veio aqui? - ele perguntou, incrédulo -Sua amiga disse que você nasceu aqui em Nova York.
-Mas me mudei para Portland aos cinco anos de idade. Minha mãe diz que eu era muito frágil quando criança, todo inverno eu ficava doente...
-Sério?
-Sério. Eu sou a menor dos três. Segundo meu pai, meus irmãos comeram a toda a comida que minha mãe mandava para nós e eu sobrei. - ri, enquanto me abaixava para amarrar meus patins.
-Seu pai parece ter um bom senso de humor. - ele já tinha amarrado os patins e já estava de pé.
-Ele tem. Eu o adoro...
Levantei meio desajeitada e agradeci pela ajuda que Dominic me oferecera, entrando no ringue de patinação. Comecei a patinar, avançando suavemente entre as crianças e adolescentes ao meu redor, e procurei Dominic, que patinava mais lentamente.
-O que houve? - voltei para ele, curiosa -Não sabe patinar?
Ele riu.
-É que faz muito tempo.
-Quando? Na pré-história?
-Engraçadinha. - ele fez uma cara de sério, mas não disfarçou o sorriso -A última vez que vim patinar aqui foi com a minha irmã... mas você patina muito bem.
-Obrigada. - sorri, sentindo meu rosto ficar vermelho como um tomate.
-Onde aprendeu?
-Em Oxford... com aqueles patins de rodinhas. - dei uma olhadela para o seu rosto e sorri.
Fiquei olhando para ele por um bom tempo e depois de quase tropeçar em uma garotinha, afastei meu olhar. Mas pude perceber que Dominic tinha um sorriso nos lábios. Do nada, ele agarrou minha mão e me puxou para perto dele. Senti meu peito se esvaziar completamente, o oxigênio fugia de mim e não conseguia aspirá-lo. Dominic me puxou para mais perto, até que ficamos praticamente colados um no outro.
-Dessa vez, não tem parede...
-Nós não estamos sozinhos aqui - minha voz saiu em um chiado
Dominic apenas me olhou e deu um sorriso sedutor.
-Eu não me importo com isso.
Ele segurou meu queixo e me beijou. Meu sangue começou a correr quase na velocidade da luz, meu coração disparava e sentia meu corpo queimar. Dominic movia seus lábios lentamente sobre os meus, assim como acariciava meus lábios com sua língua. Uma de suas mãos tocava meus cabelos suavemente e a outra segurava minha cintura.
Dominic se afastou um pouco de mim. Suspirei e abri meus olhos lentamente. Ele acariciou meu rosto, seus olhos castanhos brilhavam.
-Vamos continuar o nosso passeio? - Dominic perguntou, com um sorriso malicioso no rosto.
Do jeito que me segurava, ele podia sentir meus joelhos trêmulos. Respirei fundo e olhei para aqueles olhos tão sedutores quanto o dono, enquanto procurava minha consciência ou qualquer outro resquício de razão... ou eu estava simplesmente procurando minha voz. Assenti e tentei manter um nível estável de equilibrio para patinar, mas Dominic me atrapalhou, segurando minha cintura novamente.
-Vamos comer alguma coisa? Você quase não tocou no seu café-da-manhã.
Ele estava sendo gentil. Eu simplesmente não comi meu café-da-manhã, geralmente eu não como de manhã, não sinto nenhuma fome. Naquele dia, eu só havia tomado um chá preto bem forte.
-Não estou com fome...
-Claro que você está com fome. - Dominic me olhou numa reprimenda -Você só tomou um chá! Ninguém sobrevive a base de cafeína.
Dominic me sentou em um banco perto do ringue de patinação e começou a tirar meus patins delicadamente. Ninguém fazia isso comigo desde que eu tinha uns cinco ou seis anos de idade. Me inclinei para colocar minhas botas, mas Dominic não deixou. Ele colocou as botas em mim, com uma destreza surpreendente.
Eu só conseguia sorrir. Enquanto ele colocava minhas botas, eu sentia o aperto firme das mãos dele sobre as minhas pernas. Como seria sentir aquelas mãos apertando minhas coxas, igual aos meus sonhos?
Senti meu ventre se contorcer de antecipação. Dominic me ajudou a levantar e andamos até o carro, com ele segurando minha cintura com firmeza. Minha mente divagou para os meus sonhos novamente. Me perguntei como seria ter Dominic em cima de mim em uma cama? Ele seria tão vigoroso, como foi no lobby do meu prédio? Ou seria extremamente carinhoso, como se eu fosse uma deusa a ser adorada?
Dei um suspiro baixinho, mas acho que Dominic me ouviu, pois ele virou a cabeça e me deu um olhar questionador. Sacudi a cabeça levemente para afastar aqueles pensamentos da minha mente e entrei no carro, dando um sorriso de agradecimento a Crane.
Dominic sentou ao meu lado e sussurrou no meu ouvido.
-Eu estava pensando como seria ter você nua na minha cama, como você iria gemer quando eu te tocasse... - senti minha pele arrepiar e meu ventre se contorcia desesperadamente -Você estava pensando a mesma coisa, não estava?
Tenho certeza que meu rosto ficou vermelho feito um tomate. Me ajeitei no banco e cruzei minhas pernas para tentar aliviar meu desejo.
-Eu sabia! - Dominic me deu um sorriso e acionou uma divisória, isolando Crane de nós. -Você ainda está pensando como seria ir pra cama comigo. Quer saber como seria se eu te tocasse aqui.
Ele afastou minhas pernas e começou a me acariciar sobre a calça jeans. Suspirei, sentindo todo o meu corpo vibrar de desejo. Os dedos dele começaram a subir até o botão e o zíper da calça, abrindo-a rapidamente. Ele abriu mais ainda as minhas pernas e colocou a mão por dentro da minha calcinha, me acariciando de um jeito que iria me enlouquecer. Deixei um gemido escapar da minha boca e Dominic me puxou para um beijo.
-Katherine... você quer que seja hoje?
Olhei para ele, ofegante, e molhei os lábios com a ponta da língua.
-Quero.
 Ele se afastou um pouco e apertou um botão.
-Crane.
-Sim, senhor?
-Leve-nos para o meu apartamento. E tire o dia de folga.
-Como desejar.
Olhei para ele, surpresa. No fundo, eu estava esperando que ele fosse me levar para um motel ou coisa do gênero. Mas ele estava me levando para o apartamento dele.
-Teremos o dia inteiro para nós. - ele deu um sorriso malicioso e continuou me acariciando -O Natal chegou mais cedo para mim este ano...
Minha visão estava turva e não conseguia formar nenhum pensamento coerente... eu nem percebia que Crane estava correndo entre os carros, nem que estávamos em um estacionamento subterrâneo no Upper East Side. Eu só percebi que tinhamos chego, quando Dominic fechou minhas calças e abriu a porta. Quando entramos no elevador, eu comecei a ficar nervosa.
-Nervosa?
Assenti e ele pareceu surpreso com isso. Ele acionou o botão da cobertura e começou a me olhar, quase me questionando.
-Posso fazer uma pergunta?
-Até duas! - respondi, sorrindo
Dominic me abraçou, acariciando minhas costas.
-Você é virgem?
Abri a boca, chocada, e olhei para o rosto dele, incrédula.
-É que você me parece tão nervosa... - ele falava naturalmente -Se você for, podemos fazer outro dia. Quando estiver preparada.
Continuei olhando para ele e não consegui segurar um sorriso. Finalmente estávamos no nosso andar.
-Dominic - enquanto falava o nome dele, eu saboreava cada sílaba -Não se preocupe com isso. Você não será o meu primeiro.
Ele deu um sorriso.
-Gostei do jeito que você fala o meu nome. - a porta do elevador se abriu -Damas primeiro.
-Obrigada.
O apartamento era lindo. Cheio de espaço e bem aquecido, decorado em tons de cinza, marrom e azul, e tinha várias obras de arte pelas paredes. Dominic se aproximou e tirou meu casaco, colocando-o um cabideiro antigo idêntico ao do meu pai.
-Venha comigo.
Ele me puxou pela mão e eu me deixei guiar. Passamos por um corredor longo, de paredes cinza-claro, até um porta de mogno. Era o quarto de Dominic. Ele me deixou entrar primeiro e pude sentir sua mão apertando minha bunda. Eu nem vi direito o quarto, vi apenas a cama com um edredom azul-marinho.
-Vire para mim.
Obedeci, me sentindo ansiosa.
Dominic tirou meu sueter de lã e minha camiseta branca. Logo depois foi a vez das minhas botas e da minha calça jeans, deixando-me apenas com meu sutiã rosa-fluorescente e minha calcinha verde-limão e me jogando sobre a cama, enquanto se despia.
-Por isso que eu odeio o inverno! - Dominic se deitou sobre mim, apoiando-se nos cotovelos e mordendo meu pescoço -Fica tudo escondido por mil camadas de lã.
Gemi quando senti uma mordida em um dos meus seios. Dominic simplesmente puxou a renda do meu sutiã para baixo, expondo os meus seios e os beijando.
-Eles são grandes, como eu imaginei. - sussurrou, antes de mordiscar um deles
-I-imaginou?
-É... no chuveiro. Enquanto eu batia uma.
Ele se masturbou pensando em mim! Meu corpo parecia em chamas e era como se algo quente descesse entre minhas pernas, exatamente onde a mão de Dominic explorava, ávido. Ele penetrou um dos dedos dele dentro de mim, mexendo suavemente em círculos, e me dando um sorriso satisfeito.
-Você já está tão molhada, que eu poderia te comer agora e você nem sentiria direito.
Consegui apenas dar um gemido de resposta e olhei para aqueles olhos brilhantes, agitada e ofegante, sem conseguir falar uma sílaba sequer.
-Não vou fazer isso. - ele continuou me acaricando com o dedo dentro de mim e dando uns beijos castos em minha boca -Quando eu enfiar meu pau em você, quero te ouvir gritar por mais até gozar.
Engoli em seco, enquanto todo o meu baixo-ventre se contorcia e vibrava por antecipação. Eu sentia a ereção dele na minha perna e ele, consciente disso, se esfregava em mim.
-Eu vou fazer assim quando estiver dentro de você, Katherine. - sussurrou no meu ouvido, enquanto se esfregava em mim com força e rapidez -Você está mais molhadinha, só de ouvir como vou mexer meu pau aí dentro, imagina quando ele estiver aí.
-Eu-eu quero. - falei, quase me sufocando com o ar
-Quer o quê?
-O seu pau dentro de mim.
Ele tirou minha calcinha e meu sutiã e se pôs de pé na minha frente, tirando a cueca boxer. Meu queixo caiu, Dominic era grande, pra dizer o mínimo. Senti meu rosto queimar.
Meu Deus! Como ele vai entrar em mim?
-Calma, Katherine, ainda não chegou a hora. - ele se ajoelhou ao meu lado na cama -Ainda quero te masturbar um pouquinho mais. Você é tão delicada... tenho que tomar cuidado pra não te machucar.
-Ah! - gemi, sem ouvir direito o que ele falava -Eh... tudo bem.
Dominic exibiu um sorriso malicioso para mim. Ele continuou me acariciando, fazendo um movimento de "venha cá" dentro de mim enquanto apertava meu ventre levemente.
-Caramba... - sussurrei. A sensação dos dedos dele estava muito mais intensa e eu me sentia derreter sob Dominic.
-Isso é bom?
Assenti. Os músculos das minhas pernas pareciam se contrair enlouquecidamente e apertei o braço de Dominic, quase a beira da inconsciência.
Dominic se inclinou para mim, apreciando a visão de minha respiração ofegante, com aquele sorriso malicioso.
-Já gozou?
Olhei para Dominic, tentando pensar com clareza, mas minha mente não conseguia... então apenas assenti com a cabeça. Ele me beijou de um jeito que tirou meu fôlego e desceu para o pescoço, esfregando suavemente o nariz. A sua respiração sobre a minha pele me arrepiava, como um carícia, e logo depois, Dominic dava-me um beijo no local.
-Você é muito gostosa, Katherine -ele sussurrou em meu ouvido, ofegante e excitado -Desde ontem, eu queria te pegar de jeito...
Senti que os dedos de Dominic saíam de mim e ele começou a se ajeitar sobre mim, entrando suavemente dentro de mim. Um arrepio delicioso correu por minha espinha.
Ele era quente... muito quente.
-Você está tão molhada pra mim - Dominic sussurrou, a voz ofegante, e deu uma mordida no meu lábio -E é tão apertadinha. Deliciosa!
Eu não conseguia falar nada. Apenas gemidos saiam da minha boca. E Dominic se movia de um jeito que eu o sentia cada vez mais fundo em mim. Todos os músculos localizados abaixo da minha cintura se apertavam e Dominic respondia na mesma intensidade, às vezes, mais forte.
Não consegui reprimir um grito de prazer.
-Isso... grita para mim.
Dominic segurou meu cabelo, puxando-o, repetiu o movimento dentro de mim e outro grito saiu da minha garganta. Fechei meus olhos. Minhas pernas começavam a se contrair, dessa vez com mais intensidade, até que cheguei no ponto máximo do meu prazer. Dominic demorou um pouco mais, mas senti-o vibrando em seu gozo até que ele caiu sobre mim.
-Uau! - sussurrei, me sentindo subitamente cansada e louca para fazer tudo de novo.
Dominic se moveu na cama, deitando ao meu lado.
-Deliciosa... - Dominic beijou meus lábios suavemente -Muito deliciosa.
Depois de dizer isso, ele se levantou, tirando o preservativo e o jogou na lixeira do banheiro. Eu nem tinha percebido que ele tinha colocado uma camisinha, fiquei completamente a beira da inconsciência! Mas meus pensamentos foram cortados pelo calor do corpo de Dominic, que deitava novamente e me puxava para mais perto.
-Quanto tempo ainda temos, Katherine?
-Kat, por favor. - olhei ao redor procurando algum relógio, sem sucesso -Não sei. Meu celular está junto do meu casaco... no lobby.
Dominic esticou o braço e pegou seu relógio na gaveta. Olhei. Eram 14hs35.
-Temos umas três horas, mais ou menos. - olhei para aqueles olhos castanhos com os quais eu tanto sonhei na noite passada. -Meu irmão sempre se atrasa e minhas malas já estão prontas.
Ele sorriu para mim e senti meus músculos se contorcendo de novo, querendo mais.
-No que você está pensando?
-Pensando em como seu sorriso é bonito.
O sorriso dele aumentou, quase parando meu coração, e, tirando meu cabelo do meu rosto, me beijou.
-Bonito aqui, só tem você, Katherine.
Devo dizer que eu nunca gostei que me chamassem de Katherine. Era muito formal, sei lá... mas na voz de Dominic, o meu nome parecia tão delicado. Eu gostava do som.
Montei em cima de Dominic e os olhos dele brilharam, enquanto eu sentia sua ereção entre as minhas pernas. Me inclinei sobre ele, sorrindo, e sussurrei.
-Gosta da visão?
-Muito. Até agora é a minha favorita.
Dominic agarrou meus cabelos e me puxou para ele.

Estavámos no chuveiro. Dominic passava uma esponja macia nas minhas costas, suavemente.
-Levante os braços.
Obedeci.
Dominic colocou um pouco mais de um gel lilás na esponja, se aproximou de mim e começou a lavar meus seios, indo cada vez mais para baixo. Dei um gemido baixo. Ele me empurrou contra a parede do banheiro, beijando e mordendo meu pescoço enquanto me acariciava intimamente.
Meu pescoço iria ficar roxo no dia seguinte, sem dúvida nenhuma.
Me virei na direção dele, piscando por causa da água do chuveiro, o abracei e dei-lhe um beijo longo. Dominic correspondeu, segurando meus cabelos e prensando meu corpo contra a parede, enquanto a água tirava o resto de espuma do nosso corpo.
-Pronta para Portland?
-Acho que perdi a vontade de ir. - gracejei, fazendo um beicinho.
Dominic riu, mordendo meu lábio.
-Você tem que ir, seus presentes estão lá, esqueceu?
-Não...
Ele desligou o chuveiro e me puxou para fora do banheiro, pegando a toalha e enxugando minha pele. Pegou minha calcinha no chão, deslizou-a pelas minha pernas... ele me vestia, mas a minha vontade era de tirar cada uma das peças que ele colocava em mim.
-Obrigada - sussurrei, ofegante, quando Dominic me vestiu o sueter.
-O prazer é meu.
Dominic sorriu, se afastando um pouco e começou a se vestir. Quando terminou, ele abriu a porta do quarto, deixando que eu saísse na frente, e pegou umas chaves ao lado do cabideiro onde meu casaco estava pendurado.
-Você não quer comer nada? - Dominic me olhava preocupado -Tem certeza, Katherine?
-Tenho. Não estou com fome. - minha voz estava rouca -Não fome de comida.
Dominic se aproximou, segurando meu queixo sem me beijar.
-Garota... se você continuar com isso, não sairá daqui. - ele sussurrou, enquanto dava um sorriso malicioso -Vou te amarrar na cama e te foder quando me der vontade. Hoje. Amanhã. Na noite de Natal. Na de Ano-Novo.
Minha pele ficou imediatamente arrepiada.
-Agora vamos?
-Vamos.


Entramos no elevador e, durante toda a descida, Dominic e eu nos beijavamos loucamente. Não sei dizer se alguém entrou ou saiu daquele elevador. Mas sei que quando chegamos no estacionamento, minhas pernas balançavam como gelatina. Dominic parou ao lado de um Audi vermelho e abriu a porta para mim.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Sob Domínio

Sob Domínio é de autoria de Julianne E.Carnatio.


Capítulo 1 - Festa de fim de ano

Eu tentava encontrar Valerie entre as pessoas na pista de dança lotada, mas não tive sucesso em localizar os cabelos dourados da minha melhor amiga. O salão estava quente e as luzes começavam a irritar meus olhos... estava tocando uma música da Britney Spears, que eu adorava.
Suspirei, cansada e vencida.
Decidi sair do salão, esbarrando em meia dúzia de pessoas antes de alcançar a porta da saída, e acabei voltando à recepção da NAE. Resolvi explorar a empresa. Corri para o elevador e apertei o botão para o terceiro andar... Era tão bonito. O piso era de mármore bege, tinha algumas poltronas de couro vinho, mas o que chamou a minha atenção foi o arranjo de rosas azuis e primaveras em cima de uma mesa de vidro que tinha "Northern Ambrose Enterprises" gravado. Passei levemente os dedos por cima da gravação, como se a mesa pudesse quebrar com o meu toque.
-Acredito que a senhorita não devia estar aqui. - ouvi uma voz grave censurando, embora tivesse um leve toque de gentileza.
-Desculpe-me... - me virei na direção da voz e vi um dos deuses gregos parado na minha frente. Ele fixou os penetrantes olhos castanhos nos meus, se aproximando. Parecia que meu rosto estava em chamas. -Eu realmente sinto muito, senhor!
Ele deu um sorriso e pegou na minha mão, educadamente.
-Sou Dominic Ambrose. E a senhorita é...
-Katherine Harper. - minha voz saiu estrangulada -É um prazer conhecê-lo, senhor Ambrose.
-Igualmente, senhorita Harper.
Dominic se sentou em uma das poltronas e me convidou a sentar também. Ajeitei meu vestido e me sentei na poltrona em frente a ele.
-Então, a senhorita trabalha para mim?
-Não... - meu rosto ainda ardia -Sou amiga de uma funcionária sua, Valerie Fitzgerald. Ela me convidou pra gente comemorar...
-Comemorar o quê?
Dominic realmente parecia interessado no que eu falava.
-Minha formatura. - desviei meu olhar para o chão, umedeci os lábios e continuei falando -Me formei em Literatura Inglesa na semana passada.
Voltei meu olhar para Dominic, e para minha surpresa, ele fitava meu rosto, distraído.
-Interessante. - ele piscou, como se acordasse de um devaneio -A senhorita deve estar com sede... quer descer para a festa?
Minha cabeça latejou dolorosamente só com a idéia de voltar à festa. Acabei dando um suspiro de dor e Dominic me olhou preocupado.
-Você está bem?
-Estou sim... é que eu não sou de festas, sabe? - Dominic me olhou, incrédulo -Prefiro ficar em casa.
-Quantos anos você tem, senhorita Harper?
Ele se afastou, entrando em uma sala e saindo com uma garrafa de água e uma toalhinha branca. Ele afastou minha franja, umedeceu a toalhinha e a pressionou delicadamente na minha testa.
-Vinte. - peguei a garrafa de água, abri e dei um longo gole -Vou fazer vinte e um no dia 25.
-No Natal?
Assenti, constrangida e virando os olhos para o arranjo de flores. Dominic colocou uma toalha sobre minha testa e estendeu um comprimido de Cevaliv.
-Para a dor de cabeça. - explicou
-Obrigada, senhor Ambrose. -  engoli o comprimido, junto com enorme gole de água.
-Vamos ficar aqui até a sua dor passar.
Não era uma sugestão, a voz dele tinha um tom de ordem, inquestionável. Eu apenas concordei com a cabeça.
-Então, a senhorita é formada em Literatura. Qual foi o seu tema de conclusão de curso?
-Literatura inglesa do século XIX.
-Interessante. - ele levantou uma sobrancelha e me fitou. Olhei para aqueles olhos castanhos e minha respiração ficou acelerada. -A senhorita leu o quê? Jane Austin?
-Quase. Minha monografia abordava "Jane Eyre"... - olhei para os cabelos negros dele, pareciam despenteados e desejei passar meus dedos entre eles. Demorei para perceber que Dominic falava comigo -O quê?
Ele deu uma risada e segurou minha mão. Senti um tipo de formigamento subir pelo meu braço.
-Eu perguntei o que você planeja fazer... Estágio ou trabalhar em uma editora?
-Eu quero ser escritora. Daqueles romances de banca de jornal, sabe?
-Sério? - ele parecia surpreso, enquanto ria.
-É sério! Minha mãe adorava esses romances e dizia que eles deixavam a vida mais rosada. - senti meu estômago roncar e coloquei minhas mãos sobre a barriga, tentando esconder o som.
-Está com fome?
-Um pouco. - respondi sem graça -Acho que estou pronta pra descer.
-Tive uma idéia melhor... Venha.
Dominic me puxou pela mão em direção do elevador. Ele apertou um botão e logo estavámos no subsolo. Um homem com uniforme azul-escuro esperava, próximo a um Mercedes também azul-escuro.
-Crane, leve-nos a um restaurante.
-Senhor... - o homem parecia hesitante -São três e meia da manhã. Acho que não tem restaurantes abertos a essa hora.
Me aproximei do carro, me sentindo subitamente tímida, e toquei o braço dele.
-Senhor Ambrose...
-Sim?
-Eu preciso pegar a minha bolsa na chapelaria. Sabe? Celular, chaves, casaco... essas coisas.
Dominic fez um gesto e o tal Crane se aproximou, solicito.
-Crane, vá a chapelaria e pegue os pertences de Katherine Harper.
Estremeci ao ouvir-lo dizer meu nome.
-Sim, senhor. - e Crane saiu silenciosamente para o elevador.
Eu e Dominic ficamos em silêncio por pouco tempo.
-Eu acho que eu deveria ir buscar as minhas coisas... eu tenho que falar com Valerie.
Olhei para Dominic e percebi que ele fitava a minha boca, quase sem piscar. Molhei os lábios com a ponta da língua e Dominic desviou o olhar, pertubado.
-Você tem uma boca bonita, Katherine. - ele passou os dedos sobre os meus lábios e tocou os dele com os mesmos dedos. -Carnuda... perfeita.
Minha respiração se acelerou. Meus joelhos pareciam ser feitos de gelatina, de tanto que tremiam. Dominic se aproximou de mim, me abraçando e acariciando minhas costas. Suspirei.
Crane chegou naquele momento, carregando meu casaco e minha bolsa.
-Senhor, aqui estão os pertences da senhorita Harper.
-Obrigada, senhor Crane. - me afastei do abraço de Dominic e vesti meu casaco, tremendo. -Mas eu ainda tenho que falar com Valerie.
-Deixe uma mensagem no celular dela. - ele abriu a porta do carro para mim e acabei entrando descoordenadamente, enquanto fazia uma careta de irritação.
Dominic me olhou sério, como se fizesse um reprimenda silenciosa para mim. Nossa... Nem minha mãe fazia isso comigo! Disquei o número de Valerie e, é claro, a ligação caiu na caixa postal. Deixei um recado, dizendo que estava cansada e que tinha pego um táxi para casa. Desliguei.
Dominic me olhava, questionador. Eu desviei meu olhar do dele e olhei para a janela. Passavámos pelo Flatiron. Estavámos muito perto um do outro e parecia ter uma corrente elétrica entre nós.
-Aonde vamos?
-A um restaurante que gosto muito. - ele piscou para mim -E está aberto a essa hora.
Paramos algumas quadras a frente do Flatiron Building. Parecia uma casa normal, exceto pelas mesas cheias do lado de fora e uma pequena placa escrito: Louison.
Saímos do carro e entramos no restaurante. Um homem com um terno bem cortado nos recebeu com um enorme sorriso.
-Senhor Ambrose! É um prazer revê-lo. - o homem não tirava os olhos de mim. Tentei me esconder atrás de Dominic, quase morrendo de vergonha, mas ele agarrou minha mão. -O senhor deseja a mesa de sempre?
-Não, Florian. - a voz dele estava glacial -Quero uma mesa reservada, um pouco mais silenciosa. E o cardápio do dia.
-Entendi... Venham comigo, por favor.
Seguimos aquele homem, silenciosamente. Subimos um pequeno lance de escadas e chegamos a um andar onde tinha quatro ou cinco mesas, todas vazias. Dominic escolheu uma mesa próxima a uma janela e o tal Florian se retirou.
-É sempre assim? - olhei na direção das escadas, meio intimidada.
-Assim como?
-Todo mundo tentando te agradar... - peguei um pãozinho da cesta, o piquei em pedacinhos e mordisquei um. -Deve ser muito irritante.
-Às vezes. Mas prefiro desse jeito.
-Humm... - sussurrei, mordendo mais um pedaço de pão.
Meu celular tocou, avisando que eu tinha recebido uma mensagem. Um garçom aproximou-se de nós, servindo um vinho branco. Peguei o celular, constrangida, e respondi rapidamente.
-Seu namorado? - Dominic deu um gole no vinho, parecendo curioso.
-Não tenho namorado. - dei um gole no vinho, minha garganta estava seca. -A mensagem era do meu irmão... é que nós vamos para Portland amanhã.
-E o que tem em Portland?
-Minha família... e os presentes de Natal, é claro!
Dominic deu uma risada e eu dei outro gole no vinho, alegre. Ele afastou a taça de mim e eu fiz um muxoxo de protesto.
-A senhorita ainda não tem vinte e um anos de idade! - repreendeu ele, sarcástico -Você é minha responsabilidade...
Fiz uma careta para ele, fazendo beicinho feito criança.
-Queria morder essa boca... - Dominic sussurrou, passando o dedo pela boca dele, mas ele sacudiu a cabeça. -Sua família é muito grande?
-É... relativamente grande... meus pais e meus três irmãos.
-E você é a mais nova?
-Não... sou trigêmea e tenho uma irmã menor.
O rosto dele transparecia incredulidade.
-Trigêmea?
-Sim. - dei um gole na água -Tenho um irmão e uma irmã. E você?
-Tenho uma irmã mais nova. - respondeu, demonstrando que não queria falar mais.
O garçom chegou naquele momento, trazendo consigo dois pratos de risoto de alho-poró e filés de frango grelhado, que parecia delicioso. Agradeci ao garçom, que ficou me olhando intensamente. Até Dominic dispensar o rapaz rudemente.
Comecei a comer. Estava realmente delicioso!
-Está bom?
Assenti, com a boca cheia demais para falar.
-Você estava com muita fome mesmo. - gracejou ele.
Ri e respondi ao gracejo.
-Na próxima confraternização, peça para servirem comida de verdade... - Dominic deu um sorriso e não pude evitar sorrir também -Minha mãe ficaria horrorizada com minhas boas-maneiras!
Dei um gole no vinho e fiquei olhando para o sorriso dele... ele parecia um garoto. Terminei de comer o prato de risoto, saboreando cada garfada, até que o garçom chegou com a sobremesa.
-Pedi uma tarte tartin, se você não se incomoda. - ele pegou o garfo e comeu um pedaço da torta.
-Não se preocupe - dei uma mordida e suspirei quando senti o gosto de maçãs mornas na boca. -Adoro doces!
-Bom saber...
Dominic me olhou, pensativo, e comeu um pedaço da torta.
-Em que horário vocês vão para Portland?
-No começo da tarde... Por quê?
Ele segurou minha mão, que estava pousada na mesa, e deu um sorriso encantador.
-Gostaria de te ver novamente... antes dos feriados.
Fiquei pasmada. Ele realmente queria me ver novamente! Não consegui conter um sorrisinho ao olhar para Dominic.
Respirei fundo.
-Então venha me ver amanhã. - minha voz saiu rouca -Antes da minha viagem.
Apertei a mão de Dominic, que ainda estava sobre a minha. Eu queria que ele fosse me ver, nem que fosse por uns cinco minutos!
Ficamos em silêncio por um tempo, apenas olhavamos nos olhos um do outro. Foi Dominic quem quebrou o silêncio primeiro.
-Vamos embora?
Assenti, decepcionada. Achei que ele ia falar algo sobre nos vermos novamente.
Saímos do restaurante e andamos na direção de Crane, que rapidamente abriu a porta do carro para nós. Entrei no carro e me encostei no banco. Estava começando a sentir sono, tanto que nem percebi quando o carro começou a se mover.
-Katherine? - a voz de Dominic era suave como veludo.
Eu nem percebi que havia adormecido. Olhei para Dominic, sonolenta.
-Sim?
-Eu preciso saber onde você mora.
-Ah...  - falei o nome da rua
Dominic virou a cabeça para Crane, que dirigia, e comentou algo. Eu só ouvi o final da frase:
 -Little Italy... não é contra-mão, é?
-Não, senhor. Apenas demoraremos um pouco para chegar lá.
-Não tem problema, Crane... - eu o ouvi sussurrar -É ainda melhor que demore.
Eu adormeci logo em seguida, com um sorriso no rosto.

Acordei com Dominic acariciando minha bochecha e falando meu nome com a voz macia, feito veludo. Olhei pela janela do carro, ainda meio sonolenta, e vi a fachada grafitada do meu prédio.
-Chegamos...
Dominic deu um leve sorriso para mim.
-Sim, srta Harper. Este é o endereço que a senhorita nos deu, não?
-É... - ajeitei os cabelos, peguei minha bolsa e saí do carro. -Obrigada pelo jantar e pela carona, senhor Ambrose.
Dominic passou o braço sobre meus ombros e começou a andar comigo.
-Eu que agradeço, Katherine... foi um prazer.
Fiquei tão encantada e surpresa dele falar meu nome que deixei minhas chaves cairem. Dominic as pegou e me seguiu até a porta do prédio.
Estendi minha mão.
-Preciso das minhas chaves, senhor Ambrose.
Ele sorriu de um jeito que quase fez minhas pernas dissolverem e foi se aproximando de mim. Inconscientemente, fui andando para trás até sentir a parede contra minhas costas.
-Acho que você não pode mais escapar de mim, Katherine. - ele passou os dedos sobre meus lábios, como uma carícia. -Adoro sua boca... quero te morder.
Suspirei, me sentindo absurdamente agitada. Fiquei prensada entre a parede e o corpo forte de Dominic, e conseguia sentir perfeitamente o corpo dele. Ele passou as mãos pelo meu cabelo e, puxando-o para baixo, me beijou. A outra mão estava acariciando meu pescoço, tirando o resto de ar que eu tinha nos meus pulmões, e estava descendo em direção aos meus seios.
Do nada, ele se afastou de mim. Tive que me manter apoiada na parede, tentando encher meus pulmões de ar novamente e, ao mesmo tempo, querendo pedir mais.
-Deliciosa. - mordi o lábio, suspirando, e ele o soltou delicadamente com o dedo, rindo -Absolutamente deliciosa. Qual é o seu apartamento?
Respirei fundo, procurando minha voz no fundo da garganta.
-307. Sétimo andar.
-Bom... te vejo amanhã cedo.
Dominic colocou as chaves na minha mão e andou em direção do Mercedes. Crane rapidamente saiu do carro e abriu a porta do passageiro. Pisquei algumas vezes, procurei a chave e entrei no prédio, completamente atordoada.
Será que não tinha sido um sonho?
Entrei no apartamento na ponta dos pés, não querendo acordar Lex, minha colega de quarto... mas ela estava na sala, de baby-doll e bebendo uma Coca.
-E aí, baladeira? Conheceu algum cara? - piscou, carinhosamente para mim.
Alexandra Daniels era minha melhor amiga. Nós conhecemos na primeira aula de Introdução à Literatura Inglesa, descobrimos que éramos fãs do Muse e dos livros de Jane Austen. Foi amizade ao primeiro "oi".
Abri a geladeira e peguei uma garrafa de água.
-Conheci, sim. Ele me levou pra jantar...
-O quê? - Lex me puxou para o sofá e deu um longo gole em sua Coca diet -Nome, como ele é, onde foram... quero saber todos os detalhes!
-O nome dele é Dominic Ambrose. Ele é lindo.
-Isso é meio óbvio, Kat! Quero detalhes.
-Ok.. Ele é alto, 1m80, eu acho. E muito forte. - corei, me lembrando da cena no lobby -Tem cabelos escuros e curtos, pele bronzeada, sorriso bonito e olhos castanhos muito, mas muito sedutores...
Parei de falar, sentindo meu rosto queimar, e escondi meu rosto com uma edição de bolso de "Jane Eyre".
-Ele te beijou, Kat. Não beijou? - Lex afastou o livro do meu rosto e olhou fixamente para mim, rindo.
Olhei para ela, questionando-a silenciosamente.
 -É que o seu batom está borrado... ele mandou ver!
-O quê? - gritei, correndo para o espelho no meu quarto. Lex tinha razão. Meu batom cor-de-rosa estava borrado, minha boca estava inchada e minhas bochechas estavam rosadas. -Acho que vou dormir...

Lex deu um risada que chegou à vibrar as paredes do meu quarto e ligou a TV em um episódio de "South Park". Cheguei a ouvir o Cartman mandar alguém se fuder. Fechei a porta, entrei no banheiro e liguei o chuveiro, entrando debaixo do jato quente. E deitei na cama, vestida com meu pijama favorito de plush rosa e sem parar de pensar no beijo que Dominic Ambrose me deu naquela noite.

 
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